quinta-feira, 26 de junho de 2008

Ikebana


Pasando pela Igreja Messiânica semana passada, vi mulheres batendo papo lá no fundo, e senti um cheiro bom de cebola, e como sou pouco curiosa, entrei lá conversei um pouco com elas sobre a Igreja e sobre as festas com comemorações dos 100 anos.
Descobri também que lá tem curso de ikebana, arte japonesa de fazer arranjo floral.
Liguei para a professora, marcamos uma reunião para conversarmos e ela me explicou que ikebana não é um simples arranjo de flores, existem várias técnicas como o sentido de corte das flores, ramos ou galhos, e que existe um padrão a ser seguido, céu, terra e homem. E que para um aprofundamento maior nessa técnica, o curso deve demorar por volta de 10 meses.
Bom, segunda-feira verei isso de perto.
Beijinhos.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Belo livro


Andei pensando muito em comida, e pra dar uma descontraída, comecei a ler Música Perdida, de Luiz Antonio de Assis Brasil. Livro ganhador da Copa de Literatura no ano passado.

O Biajoni viajou ontem, e antes de sair ele me fez o favor de pisar no meu dedo mindinho. Pisou. Pisou no meu dedo e manquei durante todo o dia, que dor!

Tudo bem, hora de dormir, botei as crianças na cama, deitei, mas a dor era maior que o sono e o cansaço juntos, então resolvi terminar de ler o livro do Assis Brasil.

Teria que abrir a porta para o Biajoni mesmo, e este não estava com muita pressa de voltar para casa, pois tomava um chopinho às 23:30 hs. no Gonzaga, choperia renomada
em Santos. E eu com dor.

Terminei o livro, e chorei tanto, eram 2 da manhã, e eu não sabia mais o motivo das lágrimas, mas uma coisa tenho certeza: o cara é muito bom, muito!

O livro é impecável, com diálogos lindos, e no final de cada capítulo, o Maestro Mendanha, personagem principal, enfrenta seus demônios e tem pensamentos tão belos e tão cruéis ao mesmo tempo...

O livro conta a história desse homem, que durante um tempo de sua vida não mais quer ser chamado de artista por conta de várias fatalidades ocorridas com pessoas que ele tanto amava e admirava, e vive nesse inferno durante 40 anos, até que algo muito inesperado acontece, e o velho Mendanha volta a ser o artista que ele nunca deixou de ser. Maravilhoso.

E escreve tudo de maneira simples, que eu, que não entendo niente de música consegui saber exatamente do que se tratava.

Um final comovente, emocionante, e fiquei me perguntando como, como uma pessoa pode escrever assim?

Só me resta ajoelhar, e dar os parabéns para Luiz Antonio de Assis Brasil.

Beijos e boa semana pra todo mundo.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Amorzinho da minha vida!


Vc veio numa hora em que eu achava que era feliz e que tudo estava muito bom e tranquilo.

Levei o maior susto quando descobri que vc morava dentro de mim há 6 semanas!

E desde então, nada, nada é tranquilo porque vc bagunça tudo, e me deixa maluca, mas eu sou tão mais feliz!

Filhota, seu pai não poderia ter me dado presente maior.

Amo vc, sua delícia! Parabéns.

sábado, 14 de junho de 2008

Perseguidos

No começo da semana veio um menino em minha casa se dizendo amigo do meu filho, que gostaria de falar com ele, e aproveitando que já estava na porta, pediu dinheiro e comida.

Perguntei porque ele estava na rua e não na escola, e a resposta foi que ele tinha "coisas" pra resolver na rua e perdeu o horário da aula.

Disse que não daria nada a ele e pedi pra que se retirasse.

No dia seguinte Dudu chegou na escola e o moleque o esperava, disse que me viu, e queria saber meu nome porque ele já sabia o nome do pai dele e que trabalhava na tv, e queria saber mais coisas sobre mim.

Eduardo muito bravo disse que não falaria meu nome e pediu para que o deixasse entrar na escola.

O moleque não satisfeito com a resposta, durante a aula escondeu os cadernos do meu filho, deu beliscões em seu braço, escondeu caneta e lápis, e ameaçava dar socos em sua cara, e AINDA pediu pra que o Dudu comprasse balas para ele, caso contrário, os primos, que são membros de uma gangue, o bateriam na saída da escola.

Eduardo não acostumado com esse tipo de gente, chegou em casa muito chateado, com o braço vermelho por conta da "agressão". Chorou. Choramos juntos.

Falei com a diretora no dia seguinte, e descobrir mais sobre esse menino, quem é sua mãe, e que providências deveria tomar sobre o caso.

E eu, atônita ouvi a história triste dessa família completamente desestruturada, onde as crianças são tratadas como nada, e passam fome e uma infinidade de outras necessidades.

Falamos com o Conselho Tutelar e o responsável pelo caso da família me orientou a fazer um Boletim de Ocorrência. Não acontecerá nada ao moleque, que só tem 11 anos.

Liguei pra uma amiga que também faz parte do Conselho Tutelar, e ela me disse que consegue imaginar o que acontece na cabeça desse menino, que não tem nada a perder, não tem família, não tem dinheiro, não tem comida, o que lhe resta é tentar chamar a atenção batendo ou querendo mostrar algum tipo de superioridade no braço, descontando sua ira em alguém com família estruturada, no caso, o Dudu.

Sinto pena desse moleque e da situação em que ele se encontra, por outro lado, não se se simplesmente posso fazer de conta que isso não afeta minha família e meu sossego.

Eles são chamados de "excluídos" e sou eu que não deixo meu filho sair da escola sozinho, nem brincar na rua, nem ir ao supermercado, porque não sei se a gangue o espera em alguma esquina.

Tive o desprazer de ficar cara a cara com esse menino na diretoria da escola. Enquanto conversávamos, fiquei imaginando ele beliscando e ameaçando a dar socos na cara do meu filho, conversamos bastante e eu tentei deixar bem claro pra ele que tomarei outras providências caso ele não pare com as ameaças.

Um sentimento de pavor e impotência toma conta da gente, tentamos ser pessoas boas, damos educação, nos preocupamos com o bem estar dos nossos filhos, enquanto tem o outro lado, que cria bandidos com suas gangues.

Eles são os excluídos, nós somos os prisioneiros.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Texto de Paula Lee

Sabe o que eu acho mais gostoso num livro? É que ele não tem dono nem destinatário. O mais gostoso é saber que ele vai passar por muitas mãos, saber que muita gente irá lê-lo. Você ganha um livro e ele fica ali na estante depois da leitura, e não só você vai ler aquele livro, mas qualquer um que se interesse por ele. E isso é o que é bonito no livro, o que ele tem inclusive de “comunitário”, inclusive o que quanto ele te dá liberdade, afinal o facto de ficar ali na estante não te obriga a lê-lo, até numa biblioteca você tem milhares de opções mas vai ler apenas aquele livro que escolher.

Então veja só o que aconteceu… Há tempos que não leio o blog do Bia. Sei lá o que aconteceu que deixei de receber os posts dele no Bloglines. Até pensei que podia ser aquele problema que está dando nos feeds de quem usa Wordpress e actualiza para a nova versão, mas o Bia usa Movable Type, então não sei. Quer dizer, agora sei, a família Biajoni se mudou de cidade e por isso o blog ficou meio parado.

Mas aí veja só… Estava navegando daqui para lá e dali para cá e entrei no blog da Karen, o A Fresca. Eu, distraidérrima e pagadora de mico, ainda lia o blog e pensava assim: “Sei lá, parece que conheço esse nome e essa pessoa de algum lugar”. Eu estava ligada no blog principalmente por causa das receitas, e concentrada nas receitas porque estava tentando lembrar se alguns ingredientes encontraria por aqui, por isso não tinha antes me caído a ficha. E eu nem sempre leio blogs como a maioria das pessoas, fico pulando dos arquivos de um mês para o outro, o telefone toca e não lembro onde parei, no caso do blog da Karen lembro apenas que ela tinha me feito viajar no tempo, senti cheirinho de bolo de banana e cheiro da infância. Então chego nesse post aqui, Adeus 386, meu companheiro…, e até então eu me divertindo muito porque achava que era a única pessoa que conhecia ou ainda se lembrava do 386, e então depois ela diz «Minha sorte, ou azar, é que o meu marido está trabalhando hoje à noite, e o laptop sobrou aqui na minha mão, mas já vou terminar porque ele deve estar chegando.», até aí tudo bem, várias vezes no blog ela fala do marido, mas nada de me cair a ficha. Então ainda chego no fim do post e aí me surpreendo: «Tenho receitas pra botar aqui, mas, meu estou muito cansada, vou botar as crianças na cama e vou ler o livro da Paula Lee “Alugo o meu corpo”, comecei a ler essa semana, tá interessante…»

Aí eu fiquei assim ó, com o queixo lá no chão… Ué, ela está lendo o meu livro? Mas como? Cara, só depois me caiu a ficha… A Karen é a esposa do Bia!!! Claro que a conhecia de nome, mas sabe quando você lê um nome e pensa que é outra pessoa e não liga uma à outra porque nem se liga que são a mesma pessoa? Coisas que só acontecem comigo e com esse meu jeito atrapalhado de ser.

Fiquei muito contente de saber que a Karen estava lendo o livro. Talvez não o tenha acabado, afinal logo a seguir veio uma fase de mudanças e eu sei a trabalheira enorme que isso dá. Para aqueles que gostam de cozinhar - não é só esta a temática, o blog é bem divertido - passem no blog da Karen, eu vou só ver se consigo todos os ingredientes para testar aqui algumas receitas.

Eu só não posso é mostrar o blog da Karen para o Gatito - que adora quando eu cozinho - caso contrário todo dia ele vai me apontar uma receita no blog dela…

Paula, realmente, não acabei ainda, mas tou quase...
Obrigada, uma graça de texto. Parabéns pelo livro, um beijo!