segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Fresca vê (mas não enxerga) Ludov no NoCanto em Nova Odessa




Boa noite.

Estava em casa ontem com Biajoni e Lia, e Shiraga - o Japa fofo, botou no twitter que estava indo para Nova Odessa, no show do Ludov, antiga banda Maybees, tá ligado?

Foi aí que Biajoni teve a brilhante idéia de deixar sua Fresca dar uma volta com os amigos queridos.

O pessoal passou em casa e tivemos uma noite muito agradável, o papo foi bom...

Ah, e o show... Motoki é o responsável pelas letras da maioria das músicas, desde a época Maybees, e é um Japinha muito engraçadinho. Vanessa ,a vocalista, é uma belezinha, pequenininha para seu vozeirão, super simpática. Adorei!

Ia botar o link aqui do Bar NoCanto, mas entrei lá e é impossível de se ler algo lá.
Eles têm um plano de fundo com um milhão de foguetes, e as palavras se perdem ali no meio.

Saiba mais no site oficial da banda: http://ludov.com.br/

Até mais!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Ceratocone, minha mãe e Deus

Oi gente...

Semana passada usei as lentes quase todos os dias, durante 7 horas seguidas.

Parece que tenho um bonde no olho, mas consegui usar, algumas pessoas estão perguntando se estou conseguindo... estou conseguindo colocar e tirar as lentes, não tenho mais medo delas.

Conversei bastante com meu médico e ele disse que algumas pessoas se sentem completamente indefesas, abaladas psicologicamente e inseguras quando descobrem a doença e tentam se adaptar às lentes. Isso é verdade.

Um dia eu acordei me sentindo incapaz de qualquer coisa, um tédio se instalou em mim, e eu não me sentia só meio cega, me sentia uma grande merda. Aí, como se não bastasse, senti ciúme, achei que não enxergar me deixaria mais feia, menos atraente, incompetente, sei lá... não consegui parar de chorar por uns dias.

Fui pra casa da minha mãe, ela me viu e chorou, perguntou o que estava acontecendo, tivemos uma longa conversa que foi mais ou menos assim:

- Filha, tem que ter calma, tem que rezar... vc não acredita em Deus?

- Claro que acredito mãe, mas por que tenho que ficar enchendo o saco de Deus com isso? Coitado...

- Karen!!! Essa foi a educação que te dei? Vc está indo na igreja? Que hora vc reza? Tem que acordar de madrugada e pedir para Deus te curar!!!

- Mãe, de madrugada eu costumo dormir, minha vida não está sendo fácil, trabalho como uma condenada, o mínimo que espero quando deito, é dormir a noite inteira... Vou à igreja messiânica, gosto de ir lá, recebo Johrei, me sinto bem porque é lá que faço ikebana, vou ficar bem, mãe...

- MESSIÂNICA??? Meu Deus... Karen vc sempre me deu trabalho... o que é messiânica? Vc fica tratando seus filhos com Homeopatia, dá veneno para eles e agora tem mais essa igreja... filha... vc tá ceguinha...

- Não dou veneno para meus filhos, dou remédios... arsenicum é remédio, mãe...
só depende da dose. A dose é que faz uma coisa ser remédio ou veneno.

- Ih, vai começar... vc vive falando coisas que ninguém entende, depois não fala que eu não avisei... tem que rezar.

- Tá bom, vou rezar de madrugada, de dia e de noite. Tchau mãe.

Bom, saí da casa dela muito triste, além de estar desconfortável com o ceratocone, as pessoas que me amam estão preocupadas comigo. Pensei seriamente, que tenho que tomar vergonha na minha cara e parar de reclamar.

Ceratocone é uma doença chata, que deixa o camarada quase cego e não tem cura. O que posso fazer? Usar as lentes.

Me perguntaram quais são os sintomas. Sinto uma sensibilidade muito grande na claridade, e a insegurança de ver e não enxergar, vejo uma coisa na rua e não tenho a mínima noção do que significa. Uma sacolinha de supermercado no chão pode ser um cachorro caído. Uma maluquice.

Estou tentando com todas as minhas forças não ficar mais mal humorada, quando coloco as lentes tento fazer algo que gosto, tenho comprado muitas flores e feito ikebanas, faço coisas que não exijam muita precisão, porque ainda não enxergo com as lentes, vejo tudo embaçado. Mas não vou desistir.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ceratocone - descoberta, evolução e adaptação às lentes


Relous!!!

Minha gente, não sabia que vcs me liam!!!

Obrigada pelas palavras de conforto, Alex, é hereditário mesmo, mas não achei ninguém na minha família que tenha. Todos usamos óculos, mas o primeiro caso de ceratocone diagnosticado, claro, foi o da cagada aqui.

Quero contar como é que estou me conscientizando e me adaptando à nova vida depois da descoberta e de todos os delicados problemas que surgem durante o caminho embaçado da pessoa que tem a doença.

Na sexta feira chegaram as lentes e fui para o consultório fazer novos testes de adaptação.

Tudo meio triste, mas meu oftalmo é um cara suuuper maneiro. Segurou as pontas comigo. Combinamos que usaria 2 horas no primeiro dia e aumentaria uma hora nos dias seguintes.

Sábado. Não coloquei, fiquei com muito medo. Biajoni saiu para beber com uns amigos e tinha medo de colocar sozinha em casa com as crianças. Sei que tem gente que vi meter o pau no Bia, onde já se viu passar a tarde fora, e não ficar me casa esperando a mulher botar a lente... penso que colocar as lentes é um problema meu, tudo depende de mim, a coragem tem que ser minha e não dele.

Domingo. Biajoni limpou a casa para mim, lavou a louça do almoço, foi um amor. Fiquei com as lentes durante quase 2 horas. Doeu, incomodou, não consegui abrir os olhos, foi difícil.

Segunda. Tentei colocar, ela foi para o lugar errado, estava sozinha e fiquei apavorada. Tirei, e como tinha que dirigir e estava sozinha, desisti.

Terça. Coloquei à noite, me senti menos mal que nos dias anteriores, consegui conversar e tentei ler o jornal, não está sendo fácil, mas vou continuar tentando.

Li alguns blogs e sites sobre o tema, a maioria das pessoas não consegue se adaptar às lentes.

Vou continuar escrevendo e espero que tenha sucesso, caso dê tudo certo, outras pessoas poderão ler e ver aqui no blog que consegui. Isso pode ser encorajador tanto para mim quanto para os outros. Uma moça chamada Cris me mandou um e-mail me pedindo ajuda, me pareceu bem preocupada pois tem ceratocone também, o que posso te dizer, Cris, é que não existe um milagre para esse caso. A melhor palavra que encontro agora para me ajudar é CORAGEM.

Beijos pra todo mundo, fiquei muito contente com os e-mails e comentários.